O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sempre foi conhecido por suas políticas protecionistas e sua defesa do “America First”. E mais uma vez, ele deixou isso claro ao ameaçar a gigante da tecnologia Apple com uma tarifa de 25% caso a empresa não mude sua produção de iPhones para os EUA.
A declaração foi feita durante uma entrevista ao canal de televisão americano CNBC, na qual Trump afirmou que a Apple deveria ser “justa” e produzir seus produtos no país. “Não quero dar uma porcentagem específica, mas é muito alto. Pensamos em 25% sobre os iPhones e laptops vindos da China”, disse o presidente.
Essa não é a primeira vez que Trump tenta forçar a Apple a produzir seus aparelhos no território americano. Em 2016, durante sua campanha presidencial, ele afirmou que a empresa deveria construir uma fábrica no país e que, caso não o fizesse, haveria consequências. E agora, com sua ameaça de tarifas, ele está cumprindo sua promessa.
Mas qual seria o impacto disso? A Apple é uma empresa global e possui grande parte de sua produção concentrada na China, onde a mão de obra é mais barata. Além disso, o país asiático é responsável por cerca de 20% das vendas da empresa. Com uma tarifa de 25%, os preços dos iPhones e laptops poderiam aumentar significativamente, o que poderia prejudicar as vendas e, consequentemente, a lucratividade da empresa.
De acordo com a consultoria IDC, a Apple vendeu aproximadamente 33 milhões de iPhones na China no ano passado, o que corresponde a cerca de 15% de suas vendas globais. Além disso, a empresa possui uma cadeia de produção complexa, com fornecedores espalhados por diversos países, o que torna difícil a mudança de toda a produção para os EUA.
Porém, Trump não está disposto a abrir mão de sua posição. Ele acredita que a Apple pode sim produzir seus aparelhos no país e que isso traria benefícios para a economia americana. “Se eles construírem suas fábricas aqui, não haverá tarifas. Não vou impor tarifas se eles produzirem em solo americano”, declarou o presidente.
Além da ameaça de tarifas, Trump também tem utilizado as redes sociais para pressionar a Apple. Em seu perfil no Twitter, ele já publicou diversas mensagens criticando a empresa e pedindo que ela produza no país. “A Apple deve começar a produzir seus iPhones, laptops e outros produtos nos EUA. Paguem tarifas em vez de demitir os trabalhadores americanos!”, escreveu o presidente em uma de suas postagens.
Mas essa não é uma decisão tão simples. Mudar toda a produção para outro país requer investimentos e tempo. Além disso, a Apple já possui uma fábrica nos EUA, em Austin, no Texas, onde são produzidos os computadores Mac Pro. Porém, a maior parte da linha de produção ainda está na China.
A empresa também tem se preocupado em mostrar seu comprometimento com a geração de empregos nos EUA. Em janeiro deste ano, ela anunciou um investimento de US$ 350 bilhões no país nos próximos cinco anos, o que inclui a criação de 20 mil empregos diretos. Além disso, a Apple afirmou que está colaborando com fornecedores americanos para ajudá-los a crescer e gerar mais empregos.
Porém, a questão vai muito além da economia. A mudança da produção para os EUA também pode impactar a qualidade e inovação dos produtos da Apple. A empresa sempre foi conhecida por sua tecnologia de ponta e seus aparelhos de alta qualidade, e isso pode ser comprometido caso a produção seja transferida para outro país.
Além disso, a Apple também se preocupa com o meio ambiente e tem implementado políticas de sustentabilidade em sua cadeia de produção. A mudança para outro país exigiria que ela encontrasse novas formas de manter essas práticas, o que poderia ser um grande desafio.
Diante de tudo isso, a declaração de Trump levantou diversas questões e preocupações. Afinal, a Apple é uma das empresas mais valiosas do mundo e tem um grande impacto na economia global. Além disso, a decisão de mudar a produção para os EUA poderia afetar não apenas a empresa, mas também seus fornecedores e a cadeia de produção como um todo.
Resta saber como essa história irá se desenrolar. Trump está disposto a manter sua posição e ameaçar a Apple com tarifas, mas a empresa também não parece disposta a abrir mão de sua forma de produção atual. Enquanto isso, o mundo da tecnologia aguarda para ver como essa batalha irá se desenrolar e quais serão as consequências para a Apple e para a economia global.
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