No centro da controvérsia está uma conta falsa, criada para se passar por uma menina de 14 anos, que supostamente foi utilizada para adicionar um usuário identificado como Enzo, conhecido por seu nome de usuário sugestivo. A partir dessa conexão, a Snap afirma que o aplicativo sugeriu mais de 91 usuários, incluindo adultos que supostamente buscavam conteúdo sexual. A empresa, no entanto, rapidamente se defendeu, classificando as alegações do estado como “patente e claramente falsas”.
A Snap destacou que foi a conta falsa que procurou e adicionou Enzo, e não o contrário. Além disso, a empresa argumentou que os operativos do procurador-geral foram responsáveis por buscar e adicionar contas com nomes de usuários questionáveis, como “nudenude_22” e “xxx_tradehot”. A Snap também se defendeu contra a acusação de não armazenar imagens de abuso sexual infantil, esclarecendo que não é permitido guardar esse tipo de material em seus servidores e que, quando encontrado, ele é repassado ao National Center for Missing and Exploited Children.
Por outro lado, o Departamento de Justiça do Novo México não ficou satisfeito com a resposta da Snap. A diretora de comunicações do departamento, Lauren Rodriguez, afirmou que a empresa estava apenas distraindo a atenção de questões sérias levantadas no caso. Segundo ela, a Snap estaria priorizando os lucros em detrimento da proteção das crianças, sem realizar mudanças significativas em seus algoritmos e recursos de design para melhorar a segurança na plataforma.
A investigação do Novo México chegou à conclusão de que as características do Snapchat “fomentam o compartilhamento de material de abuso sexual infantil e facilitam a exploração sexual de crianças”. O estado encontrou uma “rede vasta de sites na dark web dedicados ao compartilhamento de imagens sexuais roubadas e não consensuais do Snap”, e classificou o Snapchat como a maior fonte desses conteúdos ilícitos. O procurador-geral descreveu o aplicativo como um “terreno fértil para predadores” que buscam coletar imagens sexualmente explícitas de crianças. Além disso, foi relatado que os funcionários da Snap lidam com cerca de 10.000 casos de sextorsão a cada mês, mas supostamente não avisam os usuários para não os assustar.
Esse caso levanta questões importantes sobre a segurança online e a responsabilidade das plataformas em proteger seus usuários mais vulneráveis. À medida que a tecnologia avança, é fundamental que as empresas adotem medidas proativas e eficazes para garantir um ambiente seguro, especialmente para crianças e adolescentes.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Snap calls New Mexico’s child safety complaint a ‘sensationalist lawsuit’