Os maias já eram conhecidos por sua habilidade em transformar pântanos em campos férteis para o cultivo de milho, mas a pesquisa conduzida pela arqueóloga Eleanor Harrison-Buck, da Universidade de New Hampshire, revela uma faceta surpreendente dessa civilização. A equipe dela mapeou uma complexa rede de canais e lagoas projetadas especificamente para a captura de peixes, construída pouco antes do auge da civilização maia.
Utilizando drones e dados do Google Earth, os arqueólogos traçaram 108 quilômetros de antigos canais que se entrelaçam por 42 quilômetros quadrados do santuário de vida selvagem Crooked Tree, em Belize. O resultado é uma rede que se assemelha notavelmente às armadilhas para peixes encontradas mais ao sul, na Bolívia, que foram construídas séculos depois. A datação por radiocarbono de materiais encontrados no fundo de um dos canais indica que essa rede tem pelo menos 4.000 anos.
Essa descoberta não apenas enriquece nosso entendimento sobre os maias, mas também nos faz refletir sobre a engenhosidade das civilizações antigas em aproveitar os recursos naturais de maneira sustentável. A combinação de técnicas de cultivo e captura de peixes demonstra uma adaptação impressionante ao ambiente, garantindo a sobrevivência e prosperidade de uma sociedade que deixou um legado duradouro.
Essas revelações nos convidam a explorar mais sobre as interações entre os humanos e o meio ambiente ao longo da história, e como essas práticas podem nos ensinar lições valiosas para o presente e o futuro.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Ancient fish-trapping network supported the rise of Maya civilization