PaleoScan é um dispositivo de imagem acessível que democratiza a pesquisa de fósseis.


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Um inovador scanner criado por um cientista da computação da NYU está permitindo que cientistas digitalizem fósseis anteriormente isolados em regiões remotas da América do Sul. O PaleoScan de Claudio Silva oferece uma forma portátil e acessível de preservar e compartilhar coleções de impressões antigas que de outra forma poderiam ter sido perdidas ou contrabandeadas.

A Bacia do Araripe, no Brasil, é rica em fósseis antigos, alguns em condições excepcionalmente preservadas. Após visitar o Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN) nas proximidades, onde muitos deles estão armazenados, Silva viu “um labirinto de estantes de metal do chão ao teto” que estava “empilhado com pilhas dos fósseis mais bonitos que já tinha visto” do período Cretáceo, conforme descrito pela revista Smithsonian. O problema era que a coleção de insetos, peixes, tartarugas e pterossauros de um passado distante não havia sido digitalizada. E, dada a limitação de recursos, pessoal e localização remota da região (chegar lá requer um voo em um avião de quatro lugares), não havia muita esperança de remediar isso.

Outro problema enfrentado pelo museu (e outros semelhantes) era o tráfico ilegal de fósseis. A Bacia do Araripe é um alvo principal para a exploração impiedosa de recursos históricos por contrabandistas e nações mais ricas. A digitalização dos fósseis poderia ajudar a combater essa prática, tanto fornecendo digitalizações virtuais, que ajudam a equilibrar a relação risco-benefício para os contrabandistas, quanto criando um conjunto de dados global que os paleontólogos poderiam usar para rastrear artefatos roubados até sua origem.

“Empoderar museus e instituições com recursos limitados para digitalizar seus próprios fósseis e fornecer versões virtuais desses fósseis para o resto do mundo, acredito que realmente ajudaria a comunidade científica, mas também as próprias instituições”, disse o paleontólogo Akinobu Watanabe do Instituto de Tecnologia de Nova York à revista Smithsonian.

Silva, especialista em visualização gráfica e processamento de geometria, viu uma oportunidade. Ele partiu do MPPCN, prometendo retornar em dois anos para ajudar a digitalizar a coleção deles. Dada a amplitude dessa tarefa, não seria surpreendente ouvir algumas risadas ou piadas sarcásticas da equipe depois que ele partiu em seu voo de volta para os EUA.

A solução que Silva criou é o PaleoScan, um scanner de baixo custo e alta capacidade que ele embalou em “grandes caixas de madeira” em sua viagem de volta ao MPPCN no verão de 2023. Projetado para preencher as lacunas entre coleções de fósseis de difícil acesso e a comunidade global de paleontólogos, o dispositivo produz reconstruções de fósseis 3D de alta qualidade por meio de digitalização barata e relativamente portátil.

Adaptável para diferentes tamanhos de fósseis, o PaleoScan usa uma câmera voltada para baixo em uma estrutura automática. Sua placa de calibração permite a digitalização em lote com correção simples de escala e posicionamento da câmera. O dispositivo custa menos do que os scanners comerciais de fósseis 3D, é mais facilmente transportável do que os scanners de TC (tomografia computadorizada) e é muito mais fácil de operar, mesmo para os menos tecnicamente inclinados.

A câmera do PaleoScan é montada em uma estrutura que se move em dois eixos. Ela tira “milhares de fotos individuais de um fóssil sob condições de luz controladas”, conforme descrito pela revista Smithsonian. Enquanto isso, a pessoa que opera o dispositivo só precisa navegar em uma tela sensível ao toque (que, nos vídeos, parece ser um dispositivo móvel reaproveitado).

Uma vez digitalizada, a série de fotos é enviada para a nuvem para processamento, onde o software as une em modelos 3D altamente detalhados. Os dados processados podem então ser salvos em um metadatabase e disponibilizados por meio de uma API para que os paleontólogos ao redor do mundo os estudem e compartilhem. (Pense em algo como um GitHub para entusiastas de fósseis.)

Os pesquisadores afirmam que as reconstruções resultantes são validadas como altamente precisas. Os funcionários do museu podem receber vídeos tutoriais com instruções passo a passo para operar o scanner.

Mais de 200 fósseis únicos, usando mais de um terabyte de dados de alta qualidade, já foram digitalizados no MPPCN, e a resposta da comunidade de paleontologia tem sido receptiva e entusiasmada. Pesquisadores não relacionados ao projeto ficaram impressionados com o scanner e esperavam colocar as mãos em versões para outras regiões remotas no México e no Chile. Alguns solicitaram um modelo aprimorado com verdadeiras capacidades 3D em vez da versão atual de dois eixos, ideal para os fósseis em sua maioria planos da Bacia do Araripe, algo que Silva diz já estar em andamento.

Para mais informações sobre a inovação e o futuro do PaleoScan, você pode conferir o artigo de pesquisa e a análise detalhada da revista Smithsonian.

Redação Confraria Tech

Referências:
PaleoScan is a cheap imaging device democratizing fossil research


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