
Além disso, o DoJ afirma que o Google deve deixar de favorecer seu próprio mecanismo de busca no Android. Se a empresa não cumprir com essa demanda, os advogados sugerem que o Google deveria ser obrigado a se desfazer do sistema operacional para dispositivos móveis. As propostas vão além, como a ideia de que o Google comece a vender dados de cliques e consultas para auxiliar concorrentes e startups de inteligência artificial.
A resposta do Google foi contundente. Em seu blog “Keyword”, o gigante da tecnologia classificou as propostas do DoJ como “surpreendentes” e prejudiciais aos consumidores, além de ameaçadoras para a liderança tecnológica dos EUA. Kent Walker, presidente de Assuntos Globais e diretor jurídico da empresa, argumentou que as intervenções propostas seriam radicais e poderiam impactar produtos que milhões de pessoas consideram úteis em seu dia a dia.
Esse questionamento em relação ao Google não é algo novo. Tudo começou em 2020, quando o DoJ, junto com vários estados, entrou com uma ação judicial, alegando que o Google pagava bilhões a fabricantes de dispositivos para garantir que seu mecanismo de busca fosse o padrão. Em agosto deste ano, o juiz federal Amit Mehta declarou que o Google “é um monopolista” e abusou de seu poder ao cobrar preços exorbitantes por anúncios de busca.
As propostas de desmembramento do Google surgem à luz desse julgamento, mas a situação pode mudar com a possível administração de Donald Trump. O ex-presidente já se manifestou sobre o assunto, sugerindo que um desmembramento poderia ser uma solução drástica e que uma abordagem mais justa poderia ser encontrada sem partir para essa medida extrema.
Estamos apenas no começo de um processo que promete muitas reviravoltas, com uma série de ações judiciais e apelações previstas. Se essa mudança ocorrer, representará uma transformação significativa na forma como o Google — que conta com uma força de trabalho de 182.500 funcionários — opera. Mais importante ainda, essa situação pode impactar drasticamente como a internet funciona, considerando que mais de 60% das interações na web começam com uma busca — e a maioria dessas buscas é feita pelo Google.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Department of Justice confirms that it wants Google to sell off Chrome