Essa transformação não é apenas uma mudança no modelo de negócios, mas também reflete uma atenção crescente às condições de trabalho na economia de gig, onde muitos trabalhadores, mesmo realizando funções essenciais, não têm as garantias que receberiam em empregos tradicionais. Ao assumir a responsabilidade de contratar esses entregadores, a Glovo está abrindo uma porta para que esses profissionais possam desfrutar de direitos trabalhistas, como acesso à saúde e férias remuneradas.
Entretanto, essa decisão não veio sem custos. A Glovo alertou que, devido a essa reestruturação, a empresa pode enfrentar um impacto de cerca de 100 milhões de euros em seus lucros – uma sinalização clara de que a implementação de melhores condições para os trabalhadores pode ter um preço. Em um cenário onde a competição é feroz e as margens de lucro muitas vezes estreitas, essa mudança pode ser vista como um dilema: priorizar a sustentabilidade financeira ou o bem-estar dos trabalhadores?
O panorama do trabalho em plataformas digitais está mudando, e a Glovo se junta a outras empresas que estão revisando suas políticas para oferecer maior proteção aos seus colaboradores. É um passo significativo em direção a um futuro onde direitos equitativos são uma norma, e não uma exceção.
Essa nova abordagem da Glovo pode inspirar outras empresas a repensarem suas práticas e priorizarem o bem-estar de seus entregadores. Afinal, à medida que as vozes dos trabalhadores se tornam mais audíveis e as demandas por justiça social aumentam, o setor de delivery e serviços digitais pode se transformar em um reflexo da sociedade que queremos construir.
Veremos como essa mudança impactará não apenas a Glovo, mas o mercado das entregas como um todo, e se outras empresas seguirão o exemplo, promovendo um ambiente mais justo para todos os envolvidos.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Delivery app Glovo bends to Spain’s Riders Law, will hire thousands of couriers