NLRB acusa o Grindr de usar um mandato de retorno ao escritório para desestabilizar uma iniciativa de sindicalização.


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Recentemente, o Conselho Nacional de Relações Trabalhistas (NLRB) dos Estados Unidos apresentou uma queixa contra a Grindr, a famosa plataforma de relacionamentos. O motivo? A empresa teria imposto um mandato de retorno ao escritório (RTO) que limitava o trabalho remoto e, na prática, forçava muitos funcionários a se relocarem. Essa medida foi vista como uma tentativa de desestimular um movimento de sindicalização que estava ganhando força entre os trabalhadores.

De acordo com a Communications Workers of America (CWA), cerca de 80 dos 178 funcionários da Grindr deixaram a empresa em decorrência dessa exigência de retorno ao escritório, que foi anunciada em agosto do ano passado. A CWA afirma que a maioria dos trabalhadores começou a assinar cartas de sindicalização em julho, logo antes do anúncio do RTO. A situação se complicou ainda mais quando a empresa exigiu que os funcionários estivessem presentes em seus escritórios pelo menos duas vezes por semana, o que levou muitos a optarem pela demissão.

Além disso, a CWA destacou que essa exigência de relocação afetou especialmente os funcionários trans, que precisaram buscar novos provedores de saúde devido à mudança. A pressão para se adaptar a um novo local de trabalho em cidades como Nova York, Chicago, Los Angeles, São Francisco ou Washington DC foi considerada injusta, já que muitos desses colaboradores haviam sido contratados para trabalhar remotamente.

A Grindr, por sua vez, negou as acusações, chamando-as de “sem mérito”. Um porta-voz da empresa afirmou que a assinatura das cartas de sindicalização começou somente após o anúncio do retorno ao trabalho presencial. No entanto, o NLRB alega que a Grindr violou a lei trabalhista ao retaliar os funcionários que tentavam se organizar e ao se recusar a reconhecer o sindicato ou negociar de boa fé.

Essa não é a primeira vez que a Grindr enfrenta problemas legais. No início deste ano, a empresa foi processada por supostamente compartilhar informações pessoais de usuários, incluindo status de HIV e orientações sexuais, com empresas de publicidade sem o consentimento dos mesmos.

Essas questões levantam importantes discussões sobre os direitos dos trabalhadores e a responsabilidade das empresas em respeitar suas decisões e necessidades. O cenário atual nos lembra que, em tempos de mudanças, é fundamental que tanto empregadores quanto empregados mantenham um diálogo aberto e respeitoso.

Redação Confraria Tech.

Referências:
NLRB accuses Grindr of using a return-to-office mandate to upend a unionization drive


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