
Patrik Hermansson, um pesquisador da organização britânica antirracista Hope Not Hate, estava no meio de uma investigação sobre o ressurgimento do movimento de ciência racial quando se deparou com um conjunto de dados amplamente desacreditado. Esse conjunto afirmava que os testes de QI poderiam ser usados para justificar a superioridade da raça branca. O que parece ser uma simples busca por informações se transforma em um mergulho profundo em um tema delicado e controverso.
Durante sua pesquisa, Hermansson investigou a Human Diversity Foundation, uma organização que se autodenomina defensora da ciência racial e que foi financiada por Andrew Conru, um bilionário da tecnologia dos EUA conhecido por ter fundado o Adult Friend Finder. Essa fundação, criada em 2022, é considerada a sucessora do Pioneer Fund, um grupo que remonta a 1937 e que foi fundado por simpatizantes nazistas nos Estados Unidos, com o objetivo de promover o que chamavam de “aperfeiçoamento racial” e “realismo racial”.
Essas conexões históricas e a continuidade de ideias prejudiciais nos fazem refletir sobre o papel que a tecnologia desempenha na formação de opiniões e na propagação de ideologias. É essencial que os usuários estejam cientes das fontes de informação que consomem e que as plataformas de busca sejam mais rigorosas na filtragem de conteúdos que perpetuam discriminação e preconceito.
A responsabilidade não é apenas dos pesquisadores e das organizações, mas também das empresas de tecnologia que devem garantir que suas ferramentas não sejam utilizadas para propagar discursos de ódio ou desinformação. Em um mundo cada vez mais conectado, a luta contra o racismo e a desinformação deve ser uma prioridade para todos nós.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Google, Microsoft, and Perplexity promote scientific racism in AI search results