A Fujifilm não pode ser considerada entediante. Em vez de adotar sensores full-frame como todos os outros, a empresa optou por permanecer com sensores APS-C, ao mesmo tempo em que lançava modelos interessantes e peculiares, como a X100 VI. Essa estratégia tem sido revigorante em uma indústria conservadora e inegavelmente bem-sucedida.
Além disso, a Fujifilm ousou ao introduzir sua primeira câmera de médio formato há sete anos, a GFX50S. Após oito modelos, elas se mostraram populares entre fotógrafos profissionais de retratos e paisagens, um mercado que a Fujifilm nunca havia explorado antes. Cada modelo tornou-se cada vez mais sofisticado, com melhor qualidade de imagem, velocidades de disparo mais rápidas e vídeo aprimorado.
Agora, com a presença da câmera principal da empresa, a GFX 100 II de 100 megapixels e US$ 7.500, já disponível há algum tempo e com várias atualizações de firmware, fiquei ansioso para testar as novas velocidades de autofoco e mais. Por isso, fui a Londres para experimentá-la ao lado de dois amigos fotógrafos profissionais que estão pensando em adquirir uma.
Corpo
A GFX 100 original é uma câmera gigantesca, pesando mais de três libras com o visor. A GFX 100 II é mais gerenciável, com 2,27 libras, o mesmo peso da Panasonic S1 full-frame. No entanto, os fotógrafos ainda provavelmente carregarão uma bolsa pesada, já que as lentes GFX de médio formato geralmente são maiores e mais pesadas do que as lentes full-frame.
A GFX 100 II também se assemelha mais a uma câmera full-frame do que a um modelo de médio formato com visor superior. Ela possui um layout de controle moderno atualizado, com dois discos de controle, um seletor de modo, um joystick, 14 botões e um interruptor de foto/vídeo.
A tela traseira inclina-se para cima, para baixo e para o lado, mas não se inclina para fora – o que não é um grande problema, já que esta nunca será uma câmera para vlogging. No entanto, ela se destaca onde importa, com uma alta resolução de 2,36 milhões de pontos e brilho suficiente para uso sob a luz do sol. O visor, por sua vez, é um dos melhores em qualquer câmera, com uma resolução extremamente nítida de 9,36 milhões de pontos e ampliação de 100%.
É fácil de manusear, graças aos controles bem posicionados e à empunhadura grande. O visor superior, que permanece ligado mesmo quando a câmera está desligada, mostra todas as principais configurações de relance. Não sou um grande fã do sistema de menu excessivamente complicado da Fujifilm, mas é aceitável depois que se acostuma.
Assim como outras câmeras high-end recentes, você obtém tanto um slot para cartão SD UHS II quanto uma opção CFexpress B muito mais rápida. Esta última é necessária para disparo em rajada rápida, como discutirei em breve. A vida útil da bateria é sólida, com até 540 fotos por carga, ou cerca de uma hora de gravação em 8K ou 4K a 60p.
Desempenho
Steve Dent para Engadget
A GFX 100 II é a câmera de médio formato mais rápida até o momento. Você pode disparar rajadas a até 8 fps com o obturador mecânico ativado e capturar cerca de 300 quadros RAW sem perdas antes que o buffer encha. Isso equivale a cerca de 36 GB de dados, então requer um cartão CFexpress rápido.
O autofoco não era um ponto forte na GFX, mas deu um salto significativo neste modelo. A maioria das fotos em nossos testes de rajada estava em foco, embora se torne menos preciso quando o assunto está próximo da câmera. Obviamente, esta não é uma câmera esportiva, mas ainda possui o melhor autofoco que já vi em qualquer câmera de médio formato.
A detecção de rosto e olhos também melhorou, geralmente travando no olho e não, por exemplo, na sobrancelha, como fazia o modelo anterior. A Fujifilm também introduziu a detecção de assunto por IA em modelos recentes, então agora possui configurações para animais, pássaros, automóveis, motocicletas, bicicletas, aviões e trens.
Nathanael Charpentier para Engadget
A GFX 100 II possui um novo sistema de estabilização de 5 eixos com até oito paradas de redução de tremulação, em comparação com 5,5 paradas antes. Isso é útil para retratos e paisagens, permitindo fotografar com um quarto de segundo ou menos e desfocar a água ou pessoas, mantendo o fundo nítido.
O obturador rolante era bastante abismal no modelo original e não é muito melhor aqui. Se você está tirando fotos de rua e deseja permanecer em silêncio, tudo bem se o assunto não se mover muito. Para qualquer outra situação, use o obturador mecânico para evitar alguma distorção ruim.
Qualidade de imagem
A qualidade de imagem é o ponto forte desta câmera. Naturalmente, as fotos são extremamente nítidas graças ao sensor de 102 megapixels. E com 16 bits de profundidade de cor no modo RAW, a faixa dinâmica é excepcional, no mesmo nível de Sony e Nikon. Tudo isso a torna ideal para retratos e paisagens, além de tarefas que se beneficiam de alta resolução, como preservação de arte.
A GFX 100 II agora vai até ISO 80 em vez de 100 para aumentar ainda mais a faixa dinâmica. Tudo isso permite que os fotógrafos sejam criativos com fotos RAW ou destaquem detalhes em realces e sombras.
Também não é ruim em ISOs altos, graças à iluminação traseira do sensor e ao design de ganho duplo. Há muito pouco ruído visível em ISO 6400, e as fotos são utilizáveis até ISO 12800 se a exposição estiver correta.
O sensor de médio formato oferece profundidade de campo incrivelmente rasa, se você precisar disso para fotografias de retrato. Combinado com uma lente rápida como a 80 mm f/1.7, permite um bokeh incrível e separação de assunto.
Para aqueles que preferem usar JPEGs diretamente da câmera, ela oferece imagens precisas em cores com a quantidade perfeita de nitidez na câmera. Isso é ideal para pré-visualizações ou para pessoas que desejam usar os impressionantes modos de simulação de filme da Fujifilm. Para a GFX 100 II, a Fujifilm introduziu um novo chamado Reala Ace, baseado diretamente em um de seus antigos filmes negativos. Com uma sensação vibrante, saturada e ligeiramente nostálgica, ele se tornou um dos meus favoritos.
Há um problema de qualidade – a GFX 100 II cai de 16 para efetivamente menos de 14 bits ao fotografar rajadas a 8 fps para reduzir o throughput. Isso por si só não é um grande problema, mas a Fujifilm tem sido evasiva sobre como comercializa isso, o que irritou muitos fotógrafos profissionais.
Vídeo
Steve Dent para Engadget
Estou começando a parecer um disco arranhado, mas a X100 II também é a melhor câmera de médio formato da Fuji para vídeo. Ela possui uma série de novos modos, principalmente 8K. Também oferece 6K, 4K a 60p e 1080p a 240fps. Todos esses formatos podem ser capturados em ProRes de 12 bits, juntamente com formatos H.265 de 10 bits. Você também tem acesso à excelente captura F-Log2 da Fujifilm que aumenta a faixa dinâmica.
No entanto, existem algumas consideráveis compromissos. O 8K é capturado com um corte de 1,53 vezes, reduzindo o tamanho efetivo do sensor para menos que full frame – o que anula uma das principais vantagens do médio formato: profundidade de campo rasa. Outras resoluções usam a largura total do sensor, mas a combinação de pixels reduz a nitidez.
O obturador rolante também é um problema em 8K, então certifique-se de não mover muito a câmera nessa resolução. É menos problemático em resoluções 4K, provavelmente devido à combinação de pixels.
Deixando tudo isso de lado, o vídeo da GFX100 II tem uma qualidade diferente da maioria das câmeras mirrorless que já vi. O sensor maior o torna cinematográfico, especialmente com algumas das lentes prime da Fujifilm. E o vídeo 8K é extremamente nítido quando reduzido para 4K no DaVinci Resolve.
Realisticamente, no entanto, o vídeo é mais uma característica agradável para uso ocasional, já que a maioria dos compradores certamente o utilizará para fotografia.
Conclusão
Nathanael Charpentier para Engadget
A GFX100 II de US$ 7.500 é uma impressionante câmera de médio formato com melhorias em todas as áreas em comparação com o modelo anterior. Mais importante ainda, o que meus amigos fotógrafos profissionais pensaram e eles comprarão um? “O que mais se destaca é a evolução do autofoco em comparação com a GFX100”, disse Nathanael Charpentier. “Em nosso estúdio, geralmente trabalhamos com a Sony, e o autofoco da GFX100 II ainda está longe do nível da Sony, mas é uma grande melhoria.
“Não é uma câmera esportiva, não possui velocidades de rajada super rápidas. É mais para trabalho de retrato em estúdio. Para certos tipos de ‘reportagem’ como fotos de casamento espontâneas, se realmente precisarmos da faixa dinâmica extra oferecida por uma câmera de médio formato, eu poderia usá-la.” Neste momento, eles não planejam comprar uma devido ao preço elevado (e ao fato de que acabaram de desembolsar 6.000 euros por um A9 III), mas está no topo de suas listas de futuras compras de equipamentos.
Seu principal concorrente é o Hasselblad X2D 100C de US$ 8.200, que talvez tenha uma ciência de cores e qualidade de imagem ligeiramente melhores – além de trazer um certo prestígio com o nome Hasselblad. No entanto, a GFX100 II é superior na maioria das outras áreas, incluindo velocidades, autofoco e vídeo. No entanto, se você realmente precisa acertar o autofoco em situações movimentadas ou difíceis, o full-frame ainda é o melhor: a Sony A1 de 45 megapixels de US$ 6.500 ou as Nikon Z8 de US$ 3.800 ou Z9 de US$ 5.500 (ambas com 45MP) são escolhas melhores.
Redação Confraria Tech
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