A história dos apitos da morte começou em 1999, quando foram encontrados pela primeira vez no local de Tlatelolco, na Cidade do México. Durante as escavações, os arqueólogos descobriram o corpo de uma vítima de sacrifício, um jovem de 20 anos que havia sido decapitado, posicionado na base da escadaria principal de um templo dedicado ao deus do vento, Ehecatl. O esqueleto segurava dois apitos em forma de crânio, um em cada mão, além de outros artefatos. Desde então, mais apitos foram descobertos e eles até ganharam destaque na cultura popular, como no filme “Ghostbusters: Afterlife” (2021), onde um dos personagens possui um desses apitos em sua coleção secreta.
A função exata desses apitos intrigou estudiosos ao longo dos anos. Embora a falta de evidências concretas torne as teorias bastante especulativas, algumas ideias têm sido discutidas. Uma hipótese sugere que os apitos poderiam ter sido usados em batalhas, com centenas de guerreiros tocando-os em uníssono como um grito de guerra. No entanto, o musicólogo arqueológico Arnd Adje Both refutou essa ideia, argumentando que a verdadeira finalidade dos apitos está mais relacionada a práticas cerimoniais ou religiosas, como os sacrifícios humanos. Outra teoria propõe que os apitos eram símbolos de uma divindade, com o formato de crânio possivelmente fazendo referência ao deus asteca do submundo, Mictlantecuhtli.
Essas descobertas não apenas iluminam aspectos da cultura asteca, mas também nos convidam a refletir sobre como sons e símbolos podem ter desempenhado papéis significativos nas práticas espirituais de civilizações antigas. A conexão entre o som e a emoção é um campo de estudo fascinante, e os apitos da morte são um exemplo perfeito de como a arqueologia pode nos ajudar a entender melhor o passado humano.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Study: Why Aztec “death whistles” sound like human screams