Ao longo da história, diversas culturas têm utilizado substâncias alucinógenas em cerimônias religiosas. Essa prática não se limita apenas ao Egito antigo; civilizações como os gregos, os povos Védicos, os maias, os incas e os astecas também incorporaram esses elementos em seus rituais. Até hoje, os Urarina, um povo que habita a bacia amazônica peruana, utilizam uma bebida psicoativa chamada ayahuasca em suas cerimônias. Essa busca por experiências transcendentes atrai até mesmo ocidentais, que se juntam a esses rituais em busca de uma forma de iluminação.
O estudo em questão foi liderado por David Tanasi, da Universidade do Sul da Flórida, que analisou uma caneca decorada com a imagem de Bes, um deus popular no Egito antigo. Bes era considerado um protetor dos lares, especialmente das mães e crianças, e sua imagem era bastante comum nas casas egípcias. Além disso, existe a hipótese de que câmaras especiais foram construídas em sua honra, como as encontradas no sítio de Saqqara, próximo ao Cairo, que poderiam ter sido utilizadas em rituais de fertilidade ou cura, embora seu propósito exato ainda permaneça um mistério.
A caneca estudada faz parte da coleção do Museu de Arte de Tampa e é um testemunho intrigante da interseção entre espiritualidade e substâncias psicoativas na antiga sociedade egípcia. Essa descoberta não apenas amplia nosso entendimento sobre as práticas religiosas do passado, mas também nos convida a refletir sobre como, ao longo dos séculos, a busca por experiências transcendentes tem moldado a espiritualidade humana.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Study confirms Egyptians likely used hallucinogens in rituals