Esqueça a beleza padrão: TikTok é criticado por filtros que promovem a negatividade corporal
A plataforma de vídeos curtos TikTok vem ganhando cada vez mais popularidade entre os jovens e adolescentes, com uma infinidade de desafios, danças e tendências. No entanto, nos últimos meses, a rede social tem sido alvo de críticas por conta de seus filtros de embelezamento, que têm sido acusados de promover a negatividade corporal e a pressão pela beleza perfeita.
Tudo começou quando usuários do TikTok perceberam a existência de um filtro chamado “chubby”, que supostamente “emagrecia” o rosto e afinava o corpo. De acordo com os críticos, esse filtro pode ser prejudicial para a autoestima e a imagem corporal das pessoas, principalmente para aquelas que já sofrem com distúrbios alimentares e transtornos relacionados à aparência.
A preocupação em relação aos filtros de beleza não é novidade. No passado, aplicativos como o Instagram e o Snapchat também foram criticados por promoverem uma ideia irreal de perfeição e beleza, levando muitas pessoas a se compararem com as imagens editadas nas redes sociais e a desenvolverem problemas psicológicos.
No entanto, o problema com os filtros do TikTok vai além de apenas uma questão estética. Ao contrário dos filtros de outras redes sociais, que permitem que os usuários apliquem um efeito em todo o rosto, os filtros do TikTok são mais precisos e podem ser usados para alterar partes específicas do corpo, como o tamanho do nariz, dos olhos e até mesmo do queixo.
Segundo um estudo realizado pela Royal Society for Public Health (RSPH) em parceria com a Young Health Movement (YHM), o Instagram é considerado a pior rede social para a saúde mental dos jovens, devido à pressão pela perfeição e à falta de autenticidade nas postagens. E com o aumento do uso do TikTok entre os adolescentes, é possível que a plataforma também esteja contribuindo para esse cenário preocupante.
Além disso, os filtros de embelezamento também podem ter um impacto negativo na diversidade e inclusão. Afinal, ao promover uma única ideia de beleza, a plataforma pode excluir e marginalizar pessoas que não se encaixam nesse padrão, como pessoas gordas, com deficiência ou de diferentes etnias.
Em resposta às críticas, o TikTok afirmou que seus filtros de beleza são opcionais e que a plataforma tem o compromisso de promover a diversidade e a inclusão. No entanto, muitos usuários acreditam que a existência desses filtros já é um reflexo da cultura de beleza tóxica que ainda está presente em nossa sociedade.
Outro ponto levantado pelos críticos é que os filtros de beleza podem estar contribuindo para o aumento do número de cirurgias plásticas entre os jovens. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, o Brasil é o segundo país no ranking de cirurgias plásticas, e a maioria dos procedimentos são realizados em jovens entre 18 e 24 anos.
A pressão pela perfeição e a busca por um padrão de beleza inalcançável também podem ter consequências graves para a saúde física e mental dos jovens. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os transtornos alimentares afetam cerca de 9% da população mundial, sendo a anorexia nervosa a terceira doença crônica mais comum entre as adolescentes.
Além disso, a insatisfação com a aparência pode levar a problemas como ansiedade, depressão, baixa autoestima e até mesmo suicídio. Um estudo da Universidade do Estado de Ohio revelou que mulheres que se sentem pressionadas pela perfeição e pela beleza têm maior probabilidade de ter pensamentos suicidas.
É importante lembrar que a beleza não pode ser medida por padrões estéticos e que a diversidade é o que torna o mundo tão interessante. Devemos celebrar a singularidade de cada indivíduo e promover uma cultura de aceitação e amor próprio.
O papel das redes sociais na construção da autoimagem é cada vez mais evidente, e é responsabilidade das plataformas garantir que seus recursos não sejam prejudiciais à saúde mental e física de seus usuários. Além disso, é essencial que os pais e responsáveis orientem os jovens sobre os perigos da busca incessante pela perfeição e a importância de se amar do jeito que são.
Enquanto isso, o TikTok e outras redes sociais precisam repensar seus algoritmos e políticas de uso, a fim de garantir um ambiente mais saudável e inclusivo para seus usuários. É hora de esquecermos a beleza padrão e abraçarmos a diversidade em todas as suas formas. Afinal, a verdadeira beleza está na singularidade de cada indivíduo.
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