Desafiando a maçã: Patreon e Apple se enfrentam em batalha pelo controle de pagamentos em apps


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Desafiando a maçã: Patreon e Apple se enfrentam em batalha pelo controle de pagamentos em apps

Nos últimos anos, a Apple tem sido alvo de críticas e questionamentos por sua política de pagamentos em aplicativos (apps) disponíveis na App Store. Muitos desenvolvedores e empresas reclamam que a gigante de tecnologia impõe taxas exorbitantes e limitações em relação aos métodos de pagamento utilizados dentro dos apps. E agora, a batalha entre a Apple e o Patreon, uma plataforma de financiamento coletivo para criadores de conteúdo, está ganhando destaque na mídia.

Tudo começou quando a Apple anunciou que iria lançar sua própria opção de pagamento dentro dos apps, chamada de “Apple Billing”. Isso significa que os usuários de iPhones e iPads poderão fazer pagamentos diretos pela App Store, sem a necessidade de utilizar outros métodos de pagamento, como cartões de crédito ou PayPal. E, é claro, a Apple irá cobrar uma taxa de 30% sobre cada transação realizada.

No entanto, o Patreon já possui uma base de usuários leais e acostumados a utilizar métodos de pagamento externos, como PayPal ou cartões de crédito. Além disso, a plataforma também oferece planos de assinatura mensal, o que pode gerar uma grande receita para os criadores de conteúdo. Sendo assim, a empresa se recusou a adotar a nova opção de pagamento da Apple em seus apps.

A resposta da Apple foi exigir que o Patreon fizesse a migração para o sistema de pagamento da App Store até o final de 2022, caso contrário, o app seria removido da loja. Essa decisão gerou um grande debate sobre as políticas da Apple e a liberdade dos desenvolvedores em escolherem os métodos de pagamento mais adequados para seus negócios.

De um lado, a Apple justifica que a taxa de 30% é necessária para cobrir os custos de manutenção da App Store e garantir a segurança dos usuários. Além disso, a empresa afirma que a opção de pagamento direto pela App Store é uma forma de facilitar a vida dos usuários e oferecer uma experiência mais conveniente. No entanto, muitos desenvolvedores e empresas consideram essa taxa abusiva e afirmam que a Apple está monopolizando o mercado, restringindo a concorrência e prejudicando seus negócios.

Além disso, a Apple também é acusada de utilizar sua posição dominante no mercado para impor suas políticas de pagamento. Recentemente, a empresa enfrentou uma ação antitruste movida pela Epic Games, criadora do famoso jogo Fortnite, que alega que a taxa de 30% é injusta e que a Apple está forçando os desenvolvedores a utilizarem seu sistema de pagamento. Essa ação gerou uma grande repercussão e colocou em xeque as políticas da Apple.

Por outro lado, alguns especialistas defendem que a taxa de 30% é justificada, levando em consideração o alcance e a influência da Apple no mercado de apps. De acordo com dados do Statista, em 2020, a App Store gerou uma receita de mais de 64 bilhões de dólares, sendo que a maior parte desse valor veio de jogos e apps de entretenimento. Além disso, a Apple possui mais de 1,8 bilhão de dispositivos ativos em todo o mundo, o que representa uma grande base de usuários em potencial para os desenvolvedores.

No entanto, a decisão da Apple de exigir que o Patreon utilize seu sistema de pagamento pode gerar um grande impacto na plataforma. Segundo dados da própria empresa, em 2020, o Patreon gerou mais de 1 bilhão de dólares em receita para os criadores de conteúdo, sendo que 90% desse valor veio de pagamentos fora da plataforma. Isso significa que, caso o Patreon seja obrigado a aderir à opção de pagamento da Apple, os criadores de conteúdo podem ter uma queda significativa em sua receita.

Além disso, a migração para o sistema de pagamento da App Store também pode gerar um impacto negativo na experiência dos usuários. Com a opção de pagamento direto pela App Store, os usuários não poderão mais escolher seus métodos de pagamento preferidos e, em alguns casos, podem até mesmo ter dificuldades em acessar conteúdos exclusivos ou assinaturas mensais que já haviam sido adquiridos fora da plataforma.

Diante desse cenário, o Patreon decidiu se posicionar publicamente contra a Apple e mobilizar seus usuários para pressionar a empresa a rever sua política de pagamentos. A plataforma lançou uma petição online, que já conta com mais de 130 mil assinaturas, e está incentivando seus criadores de conteúdo a compartilharem suas experiências nas redes sociais com a hashtag #AppleTax. Além disso, a empresa também está buscando o apoio de outros desenvolvedores e empresas para juntos lutarem por uma maior liberdade de escolha em relação aos métodos de pagamento em apps.

Essa batalha entre a Apple e o Patreon pode ser um reflexo de uma mudança de comportamento dos consumidores. Cada vez mais, as pessoas estão buscando formas de apoiar seus criadores de conteúdo favoritos, principalmente em meio à pandemia, em que muitos perderam seus empregos e se viram em dificuldades financeiras. E, com o crescimento da economia da criatividade, plataformas como o Patreon se tornaram fundamentais para que os criadores de conteúdo possam continuar produzindo e monetizando seus trabalhos.

No entanto, a tentativa da Apple de controlar os métodos de pagamento em apps pode afetar diretamente esse mercado e limitar a liberdade dos usuários em apoiarem seus criadores de conteúdo favoritos. Resta saber como essa batalha irá se desenrolar e qual será o desfecho dessa história. Mas, uma coisa é certa, a luta pelo controle dos pagamentos em apps está longe de acabar e pode gerar um grande impacto nas políticas e no mercado da Apple.

Referência:
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