A explicação é bastante simples: uma VPN pode ocultar seu endereço IP e a identidade do seu dispositivo, redirecionando seu tráfego por meio de um servidor remoto. Isso significa que os sites e serviços que você acessa verão um IP diferente do seu, enquanto seu provedor de internet só conseguirá identificar que você está conectado a um servidor de VPN, sem saber quais sites você realmente visita. Essa funcionalidade torna a VPN uma ferramenta essencial para manter seus dados privados e seguros, especialmente ao se conectar a redes não seguras. Imagine estar em um Wi-Fi público, onde você não pode ter certeza do que está sendo monitorado enquanto navega. Com uma VPN, você ganha uma camada extra de privacidade — desde que escolha um provedor de VPN confiável. No entanto, é importante lembrar que uma VPN não deve ser o único recurso em sua jornada de segurança online. Usar senhas complexas, ativar a autenticação multifator e seguir outras práticas básicas de segurança devem ser prioridades.
Outro recurso frequentemente anunciado das VPNs é a capacidade de contornar técnicas de bloqueio geográfico que empresas utilizam para restringir o acesso a certos conteúdos. Ao se conectar a um servidor remoto, a VPN pode efetivamente alterar sua localização, permitindo que você assista a conteúdos de Netflix de outros países ou, por exemplo, assista Doctor Who no BBC iPlayer, que é exclusivo do Reino Unido. Para quem está na União Europeia, isso pode significar acesso a sites que são bloqueados devido às rigorosas regulamentações de proteção de dados da região. No passado, as VPNs também foram usadas para driblar firewalls políticos que censuravam o acesso online.
Com tantos provedores de VPN afirmando ter criptografia de nível militar, invisibilidade digital e velocidades ultrarrápidas, pode ser desafiador discernir o que é realmente verdade e o que é apenas marketing. Por isso, a Engadget começou a avaliar VPNs em 2023, levando em consideração diversos fatores como segurança, velocidade, latência, limites de uso e preço. Embora não esperemos expandir os testes de VPN até 2025, nosso guia sobre as melhores VPNs continuará sendo a base da nossa cobertura. Enquanto isso, vamos compartilhar nossa metodologia atual de testes de VPN.
Nosso trabalho começa com checagens de antecedentes. Antes de instalar ou assinar um serviço, investigamos a origem de cada produto. Analisamos políticas de privacidade, relatórios de transparência e auditorias de segurança disponíveis publicamente, além de verificar as especificações de segurança de cada serviço. Também estudamos o histórico de incidentes de segurança, como vazamentos de dados, de cada empresa. Utilizamos pesquisas acadêmicas de entidades como Consumer Reports e VPNalyzer para nos aprofundar nas especificações de segurança.
Em seguida, olhamos de perto para a configuração do VPN. Avaliamos quais plataformas cada VPN suporta, desde navegadores da web até Smart TVs, para entender como pode ser utilizada. Também verificamos a facilidade de começar a usar um novo VPN. Algumas se conectam automaticamente a um servidor seguro sempre que você usa seu dispositivo, enquanto outras exigem etapas complicadas para se manter conectado. Buscamos entender quão amigáveis e intuitivas são essas VPNs.
Muitos provedores prometem que seus serviços funcionam em todos os dispositivos o tempo todo, mas é preciso ficar atento à letra miúda. Analisamos os termos de serviço de cada plano para entender o que realmente estão oferecendo. Existe um limite de dispositivos que podem estar conectados simultaneamente? Há um limite de “uso justo” que entra em vigor após um certo volume de tráfego? Recursos avançados, como conexões em múltiplos saltos, estão restritos apenas aos planos mais caros? Investigamos todos esses detalhes para você não precisar se preocupar. Além disso, realizamos muitos de nossos testes específicos ao mesmo tempo, o que nos permite verificar as afirmações das empresas sobre o uso simultâneo de dispositivos.
Testamos a velocidade e a latência começando pela conexão básica antes de nos conectarmos à VPN. Em seguida, usamos o recurso de “conexão rápida” nos aplicativos de VPN para nos conectar ao provedor que promete ser o “mais rápido” durante os testes de velocidade da internet. Realizamos testes de velocidade com o Ookla e testes de ping com o meter.net. Ao relatar esses resultados, anotamos a velocidade média e o ping, além da diferença em relação à nossa média sem estar conectado a uma VPN.
Todos os testes de VPN são realizados a partir dos Estados Unidos. Para verificar se um serviço consegue realmente evitar o bloqueio geográfico, conectamos a um servidor baseado no Canadá e tentamos acessar conteúdos da Netflix disponíveis apenas para usuários desse país. Depois, conectamos a um servidor em Hong Kong para assistir a uma transmissão ao vivo de um canal do YouTube exclusivo dessa região. Por fim, realizamos um teste de jogos em servidores no Reino Unido. Buscamos não apenas acessar o mesmo conteúdo de todos esses servidores, mas também verificar se há latência ou outros problemas que possam surgir ao utilizar o serviço.
Por último, conferimos se há vazamentos nas conexões. Um vazamento de DNS ocorre quando seu dispositivo envia uma consulta DNS não criptografada fora do túnel criptografado do seu serviço de VPN para os servidores DNS de um provedor de internet. Isso anula a utilização da VPN, permitindo que terceiros vejam e potencialmente monitorem sua atividade de navegação e endereço IP. Um vazamento de WebRTC é um problema que pode ocorrer em navegadores modernos e expor seu IP pessoal a um site que você está acessando. Embora seja possível evitar isso configurando seu navegador para não enviar esses dados, uma VPN deve ser capaz de impedir que isso aconteça.
Para verificar esses problemas, utilizamos ferramentas publicamente disponíveis, como a ferramenta de verificação de IP da NordVPN e os testes de vazamento da ExpressVPN, antes e depois de conectar a uma VPN, garantindo que nenhum desses problemas esteja ocorrendo.
Redação Confraria Tech.
Referências:
How we test VPNs