Brasil mostra resiliência no mundo dos games e encontra caminhos para seguir em frente


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Brasil mostra resiliência no mundo dos games e encontra caminhos para seguir em frente

O mercado de games no Brasil vem crescendo a passos largos nos últimos anos, mas a chegada da pandemia de COVID-19 trouxe um grande desafio para a indústria. Com a paralisação de eventos e lançamentos, muitos temiam que o setor sofresse um grande impacto e até mesmo uma estagnação no país. No entanto, o que se viu foi uma demonstração de resiliência e adaptação por parte dos brasileiros, que encontraram formas criativas de continuar movimentando o mercado de games e seguir em frente.

De acordo com a consultoria de mercado Newzoo, o Brasil é o 13º maior mercado de games do mundo, com um faturamento de US$1,6 bilhão em 2019. E esse número só tende a crescer nos próximos anos, com a previsão de um aumento de 5,3% até 2023. No entanto, em março de 2020, o setor foi pego de surpresa com o fechamento de fronteiras e cancelamento de eventos, como a Brasil Game Show, maior feira de games da América Latina, que atrai milhares de visitantes todos os anos.

Diante desse cenário, muitas empresas tiveram que repensar suas estratégias e encontrar novos caminhos para seguir em frente. Uma das primeiras medidas adotadas foi a migração para o mundo digital. Com o isolamento social, os jogos online se tornaram uma das principais formas de entretenimento, impulsionando o crescimento de plataformas de streaming, como a Twitch, e de jogos mobile.

De acordo com um relatório da Nielsen, o tempo gasto com jogos mobile no Brasil aumentou 20% durante a pandemia. Além disso, o número de downloads de jogos mobile cresceu 25%, enquanto o número de jogadores ativos aumentou 30%. O mercado de jogos online também teve um aumento significativo, com um crescimento de 28% no número de jogadores durante a pandemia, segundo a consultoria Newzoo.

Outra estratégia adotada pelas empresas foi a criação de eventos online e lançamentos de jogos virtuais. A Brasil Game Show, por exemplo, realizou sua primeira edição 100% digital em 2020, oferecendo uma experiência imersiva para os fãs de games. Além disso, grandes empresas do setor, como a Ubisoft e a Sony, lançaram novos jogos e consoles de forma virtual, mantendo o mercado aquecido e movimentando a economia.

Mas não foram apenas as grandes empresas que se adaptaram à nova realidade. Os desenvolvedores independentes também encontraram formas criativas de continuar trabalhando e divulgando seus jogos. Um exemplo é o estúdio brasileiro Aoca Game Lab, que lançou o jogo “Morkredd” durante a pandemia. O jogo foi um sucesso de crítica, ganhando prêmios em importantes festivais de games, como o IndieCade e o BIG Festival.

Além disso, a pandemia trouxe à tona a importância do mercado de eSports. Com a paralisação de eventos esportivos tradicionais, os jogos eletrônicos ganharam ainda mais destaque, atraindo a atenção de grandes marcas e patrocinadores. De acordo com um estudo da consultoria Newzoo, o mercado de eSports no Brasil deve crescer 15,7% até 2023, alcançando um faturamento de US$19 milhões.

Outro fator que contribuiu para a resiliência do mercado de games no Brasil foi a diversificação dos jogos produzidos no país. Se antes o foco era em jogos de futebol e corrida, hoje é possível encontrar jogos de diversos gêneros e plataformas, como RPGs, jogos de estratégia e até mesmo jogos educativos. Essa diversidade atrai um público cada vez maior e diversificado, impulsionando o crescimento do setor.

No entanto, apesar de todas as adaptações e estratégias adotadas durante a pandemia, o mercado de games no Brasil ainda enfrenta grandes desafios. Um dos principais é a alta carga tributária sobre os jogos, que afeta tanto os desenvolvedores quanto os consumidores. De acordo com um estudo da consultoria PwC, os impostos representam cerca de 72% do preço final dos jogos no país, tornando-os mais caros do que em outros países.

Além disso, outro desafio é a falta de incentivos governamentais para o setor. Diferente de países como Canadá e Estados Unidos, onde os governos oferecem incentivos fiscais e programas de apoio ao desenvolvimento de jogos, o Brasil ainda tem uma política pouco favorável para a indústria de games. Isso torna mais difícil a sobrevivência de empresas menores e o crescimento do mercado como um todo.

No entanto, apesar dos desafios, a resiliência e a capacidade de adaptação dos brasileiros no setor de games são evidentes. O país tem um grande potencial para se tornar um dos principais mercados de jogos do mundo, basta que sejam criadas políticas públicas mais favoráveis e que as empresas continuem inovando e se adaptando às mudanças do mercado. E com a criatividade e a paixão dos brasileiros pelos jogos, não há dúvidas de que o Brasil seguirá firme e forte no mundo dos games.

Referência:
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