Adeus, privacidade? Entenda como o novo recurso de compras da Google pode invadir sua intimidade


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Adeus, privacidade? Entenda como o novo recurso de compras da Google pode invadir sua intimidade

Comprar pela internet se tornou uma prática comum e conveniente nos últimos anos. E agora, com a pandemia do COVID-19, essa tendência se intensificou ainda mais. Com apenas alguns cliques, podemos adquirir produtos de diferentes lojas, sem sair de casa. E, para tornar essa experiência ainda mais rápida e prática, a gigante da tecnologia Google lançou um novo recurso: o “Try On”, que promete revolucionar a forma como compramos online. No entanto, esse novo recurso também levanta questões sobre privacidade e segurança de dados dos usuários.

O “Try On” é uma ferramenta de compras baseada em inteligência artificial que permite que os usuários experimentem virtualmente roupas e acessórios antes de comprá-los. A ideia por trás disso é que os consumidores possam ter uma noção mais realista do que estão comprando, sem precisar experimentar fisicamente as peças. Tudo isso é possível graças à tecnologia de realidade aumentada, que utiliza a câmera do celular para sobrepor imagens virtuais ao corpo do usuário.

No entanto, o que parece uma solução inovadora e revolucionária para o mundo das compras online, também apresenta alguns riscos relacionados à privacidade dos usuários. Afinal, para que o “Try On” funcione, é necessário que a câmera do celular tenha acesso às imagens do corpo do usuário e, consequentemente, a sua intimidade.

Segundo o artigo publicado pela CNET, a Google afirma que o recurso não armazena as imagens capturadas pela câmera, mas sim apenas os dados necessários para que a tecnologia de realidade aumentada funcione. Além disso, a empresa garante que todas as imagens são processadas em tempo real, sem serem enviadas para servidores externos. No entanto, ainda há preocupações sobre como esses dados são armazenados e se podem ser utilizados para outros fins.

Outra questão importante é sobre o consentimento dos usuários. De acordo com a política de privacidade da Google, ao utilizar o “Try On”, o usuário está concordando com os termos da empresa, que incluem o compartilhamento de dados com terceiros para fins de publicidade. Isso significa que as informações coletadas durante o uso do recurso podem ser utilizadas para direcionar anúncios personalizados e, consequentemente, invadir ainda mais a privacidade dos usuários.

Essa preocupação com a privacidade não é algo novo quando se trata da Google. A empresa já foi alvo de diversas críticas por seu histórico de coleta e uso de dados dos usuários. Em 2019, a empresa foi multada em 57 milhões de euros pela Comissão Nacional de Informática e Liberdades (CNIL) da França, por violar o Regulamento Geral de Proteção de Dados (GDPR) da União Europeia. E, recentemente, o CEO da Google, Sundar Pichai, foi convocado pelo Congresso dos Estados Unidos para prestar esclarecimentos sobre as práticas de coleta de dados da empresa.

Além disso, o “Try On” também levanta preocupações sobre a segurança dos dados coletados. Em um mundo cada vez mais conectado, a segurança cibernética é uma questão urgente e a Google não está imune a isso. Em 2018, a empresa revelou uma violação de dados que expôs informações de mais de 500 milhões de usuários do Google+.

Diante de todas essas questões, é natural que os usuários se perguntem se vale a pena utilizar o novo recurso de compras da Google. Afinal, até que ponto estamos dispostos a abrir mão de nossa privacidade em troca de uma experiência de compra mais imediata e realista?

No entanto, é importante ressaltar que a tecnologia de realidade aumentada é uma tendência crescente no mercado e, provavelmente, veremos mais empresas adotando esse recurso em suas plataformas. E, com isso, é preciso que os usuários estejam atentos e exigentes em relação à privacidade e segurança de seus dados.

É importante destacar também que, apesar das preocupações, o “Try On” pode ser uma ferramenta útil para as marcas e consumidores. As lojas online podem se beneficiar da tecnologia de realidade aumentada para aumentar suas vendas e reduzir a taxa de devolução de produtos, enquanto os consumidores podem ter uma experiência de compra mais satisfatória.

No entanto, é fundamental que as empresas, como a Google, sejam transparentes em relação ao uso dos dados dos usuários e garantam a segurança dessas informações. Além disso, é necessário que os usuários tenham o controle sobre seus dados e possam optar por não compartilhá-los com terceiros para fins de publicidade.

Em um mundo cada vez mais digital e conectado, a privacidade dos dados se torna uma questão fundamental. E, como usuários, devemos estar atentos e exigentes em relação a como nossas informações estão sendo coletadas e utilizadas pelas empresas de tecnologia. Afinal, nossa intimidade é um bem valioso e não deve ser comprometida em troca de uma experiência de compra mais imediata e realista.

Referência:
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