A UE publica o primeiro rascunho de orientações regulatórias para modelos de IA de propósito geral.


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Na última quinta-feira, a União Europeia deu um passo importante ao publicar o primeiro rascunho de um Código de Prática para modelos de inteligência artificial de propósito geral (GPAI). Esse documento, que ainda passará por ajustes até maio do próximo ano, tem como objetivo estabelecer diretrizes para a gestão de riscos e fornecer às empresas um guia sobre como se adequar às novas regras, evitando assim penalidades significativas. Embora a Lei de IA da UE tenha entrado em vigor em 1º de agosto, ficou claro que ainda havia espaço para definir detalhes específicos sobre a regulamentação dos GPAIs.

Os modelos de GPAI são aqueles que utilizam uma capacidade computacional superior a 10²⁵ FLOPs, e empresas como OpenAI, Google, Meta, Anthropic e Mistral estão entre as que devem se enquadrar nessas diretrizes. No entanto, é possível que essa lista se expanda à medida que novas tecnologias surjam.

O rascunho aborda diversas áreas fundamentais para os desenvolvedores de GPAI, como transparência, conformidade com direitos autorais, avaliação de riscos e mitigação de riscos técnicos e de governança. Com 36 páginas, o documento já abrange uma ampla gama de tópicos, e é provável que cresça ainda mais antes de ser finalizado. Alguns pontos destacados merecem atenção especial.

Um dos focos do código é a transparência no desenvolvimento da IA, exigindo que as empresas forneçam informações sobre os crawlers da web utilizados para treinar seus modelos. Essa exigência é especialmente importante para os detentores de direitos autorais e criadores de conteúdo. A seção dedicada à avaliação de riscos busca prevenir ofensas cibernéticas, discriminação generalizada e a perda de controle sobre a IA — um tema recorrente em muitos filmes de ficção científica, onde a tecnologia “sai do controle”.

Os desenvolvedores de IA são incentivados a adotar um Framework de Segurança e Proteção (SSF) para detalhar suas políticas de gestão de riscos e mitigá-los de forma proporcional aos riscos sistêmicos que enfrentam. As regras também abordam aspectos técnicos, como a proteção dos dados dos modelos, a implementação de controles de acesso seguros e a reavaliação contínua da eficácia dessas medidas. Por fim, a seção de governança busca promover a responsabilidade dentro das empresas, exigindo avaliações de risco constantes e a inclusão de especialistas externos quando necessário.

Assim como em outras regulamentações tecnológicas da UE, as empresas que não cumprirem a Lei de IA podem enfrentar penalidades severas. As multas podem chegar a €35 milhões (cerca de US$36,8 milhões) ou até sete por cento de seus lucros anuais globais, o que for maior.

Os interessados estão convidados a enviar feedback por meio da plataforma Futurium até 28 de novembro, contribuindo para o aprimoramento do próximo rascunho. As regras devem ser finalizadas até 1º de maio de 2025.

Redação Confraria Tech.

Referências:
The EU publishes the first draft of regulatory guidance for general purpose AI models


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