Essa mudança não passou despercebida. Membros da lista de discussão do kernel levantaram questões sobre a natureza “muito vaga” do patch. O desenvolvedor James Bottomley, em sua resposta, trouxe à tona a orientação recebida do conselho da Linux Foundation. Ele explicou que colaboradores de empresas listadas no Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro dos EUA, conhecido como OFAC, ou aqueles que têm conexões com essas entidades, estão sujeitos a restrições. Isso significa que não podem figurar no arquivo MAINTAINERS.
Bottomley também esclareceu que a expressão “documentação suficiente” refere-se à necessidade de comprovar que um indivíduo não está vinculado a uma entidade listada pelo OFAC. Essa exigência visa garantir que a colaboração no desenvolvimento do kernel Linux permaneça em conformidade com as normas internacionais e não favoreça indivíduos ou organizações que possam estar sob sanções.
Esse episódio destaca a complexidade da governança em projetos de código aberto, onde a colaboração global é fundamental, mas também deve respeitar as regulamentações legais. À medida que o mundo se torna cada vez mais interconectado, a tecnologia e a política frequentemente se entrelaçam, trazendo à tona questões que vão além do código e da programação.
A comunidade Linux, conhecida por sua diversidade e inclusão, agora enfrenta um novo desafio: como continuar a promover a colaboração enquanto navega por um cenário político e legal em constante mudança. É um lembrete de que, mesmo em um espaço tão técnico, as decisões podem ter implicações profundas e abrangentes.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Removal of Russian coders spurs debate about Linux kernel’s politics