Nos anos anteriores, a participação do MIT nas discussões era esporádica. No entanto, essa nova abordagem, liderada pela ESI, foi um marco importante, reunindo representantes de várias áreas que trabalham com biodiversidade. O evento destacou a diversidade das pesquisas do MIT em mais de 15 atividades, incluindo painéis, mesas-redondas e palestras principais, tanto na Zona Azul, onde ocorrem as negociações oficiais, quanto na Zona Verde, voltada para o público. Além disso, foi uma oportunidade valiosa de aprendizado prático para os estudantes, que puderam acompanhar temas específicos nas negociações e em eventos paralelos.
A conferência também contou com a participação de representantes de governos, organizações não governamentais, empresas e outras instituições acadêmicas, todos focados em combater a perda global de biodiversidade e em avançar nas 23 metas do Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal (KMGBF), um acordo internacional adotado em 2022 para guiar os esforços globais de proteção e restauração da biodiversidade até 2030.
A presença do MIT foi especialmente marcante em temas como a formação de coalizões de governos subnacionais, o uso de tecnologia e inteligência artificial na conservação da biodiversidade, a criação de mercados justos e o desenvolvimento de um plano de ação para comunidades afrodescendentes.
No que diz respeito à formação de coalizões, o Programa de Soluções Naturais para o Clima da ESI apoiou duas coalizões de cidades da América Latina. Essas coalizões, que incluem cidades da região do Chocó e da Amazônia colombiana, assinaram declarações para avançar em metas específicas do KMGBF. A equipe do MIT apresentou ações em várias escalas, incluindo estratégias transnacionais e recomendações para fortalecer instituições locais e regionais.
A pesquisa do MIT também contribuiu para a criação do Fundo para a Região Biogeográfica do Chocó, um fundo multi-doadores lançado durante a COP16, que visa apoiar a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento sustentável na região.
Outro ponto importante foi o papel crescente da tecnologia e da inteligência artificial na compreensão das mudanças na biodiversidade. O grupo de pesquisa da professora Sara Beery no MIT está focado em desenvolver métodos de IA que permitem um monitoramento mais eficaz das espécies e do meio ambiente. Durante o Fórum de Ciência e Política da União Internacional para a Diversidade Biológica, Beery destacou a importância da parceria entre humanos e IA para alcançar as metas de biodiversidade.
Em um evento paralelo, pesquisadores da ESI apresentaram um estudo sobre os mercados de carbono voluntários e o papel das comunidades indígenas e locais. O relatório identificou barreiras estruturais que dificultam a participação efetiva dessas comunidades e propôs um quadro conceitual para avaliar seu engajamento nesses mercados.
Além disso, o Fórum Afro-Interamericano sobre Mudanças Climáticas, que busca destacar o papel crucial dos povos afrodescendentes na ação climática global, também esteve presente na COP16. Mayolo, uma das representantes, apresentou recomendações para a secretária técnica da Convenção sobre Diversidade Biológica, enfatizando a necessidade de criar ferramentas financeiras para a conservação e apoiar os direitos territoriais das comunidades afrodescendentes.
A participação do MIT na COP16 foi um marco significativo, demonstrando a capacidade e o compromisso da instituição em enfrentar os desafios da mudança climática e da perda de biodiversidade. O diretor da ESI, John E. Fernández, expressou seu orgulho em ver a contribuição do MIT em 15 eventos distintos, ressaltando a importância da ciência na busca por soluções para esses problemas críticos.
A conferência foi um espaço de aprendizado e colaboração, onde as vozes acadêmicas se uniram para promover ações concretas em prol da biodiversidade e do desenvolvimento sustentável. A diversidade de temas abordados e a troca de experiências entre diferentes atores foram fundamentais para fortalecer as iniciativas em defesa do meio ambiente e das comunidades afetadas.
Redação Confraria Tech.
Referências:
MIT delegation mainstreams biodiversity conservation at the UN Biodiversity Convention, COP16
