Zuckerman se inspirou em um projeto de 2021 chamado “Unfollow Everything”, que tinha como objetivo permitir que as pessoas usassem o Facebook sem a famosa seção de notícias ou que pudessem personalizá-la para mostrar apenas postagens de amigos específicos. No entanto, o criador desse projeto foi processado pelo Facebook e teve sua conta desativada permanentemente. Para evitar um destino semelhante, Zuckerman recorreu à Seção 230, que, embora seja conhecida por proteger plataformas contra atividades ilegais de usuários, também contém uma cláusula que protege os desenvolvedores de ferramentas de terceiros. Essa cláusula permite que as pessoas bloqueiem conteúdos que considerem indesejáveis.
Zuckerman pediu ao tribunal que reconhecesse essa cláusula, permitindo que ele criasse a extensão Unfollow Everything 2.0 sem sofrer repercussões da Meta. Contudo, o tribunal acatou o pedido da Meta para arquivar a ação, afirmando que o pesquisador poderia apresentá-la novamente em uma data futura. O advogado de Zuckerman expressou sua decepção com a decisão, destacando que acredita que a Seção 230 protege ferramentas que empoderam os usuários e que aguardam ansiosamente a chance de apresentar esse argumento em outra ocasião. Por outro lado, um porta-voz da Meta classificou o processo como “sem fundamento”.
A Meta já havia desativado contas de pesquisadores anteriormente, como ocorreu com uma equipe da NYU que tentava investigar a segmentação de anúncios políticos em 2021. Curiosamente, em 2022, a Meta utilizou 48 milhões de artigos científicos para treinar um sistema de IA chamado Galactica, que foi desligado após apenas dois dias por disseminar desinformação.
É uma situação que levanta questões importantes sobre a liberdade de desenvolvimento de ferramentas e a relação entre pesquisadores e grandes plataformas de tecnologia, onde os interesses comerciais muitas vezes colidem com a inovação e a pesquisa acadêmica. Redação Confraria Tech.
Referências:
Researcher’s ‘unfollow everything’ lawsuit against Meta gets dismissed