Chatbots de IA podem ser melhores em influenciar teóricos da conspiração do que humanos.

A crença em teorias da conspiração é difundida, especialmente nos EUA, onde algumas estimativas sugerem que até 50% da população acredita em pelo menos uma alegação extravagante. E essas crenças são notoriamente difíceis de desmentir. Desafie um teórico da conspiração comprometido com fatos e evidências, e eles geralmente apenas reforçam suas convicções – um fenômeno que os psicólogos geralmente atribuem ao raciocínio motivado, ou seja, uma maneira tendenciosa de processar informações.

No entanto, um novo estudo publicado na revista Science desafia essa sabedoria convencional. Experimentos nos quais um chatbot de IA dialogou com pessoas que acreditavam em pelo menos uma teoria da conspiração mostraram que a interação reduziu significativamente a força dessas crenças, mesmo dois meses depois. O segredo do sucesso: o chatbot, com acesso a vastas quantidades de informações em uma enorme gama de tópicos, pôde adaptar precisamente seus contra-argumentos a cada indivíduo.

“Estes são alguns dos resultados mais fascinantes que já vi”, disse o co-autor Gordon Pennycook, psicólogo da Universidade Cornell, durante um briefing à imprensa. “O trabalho contraria muito do que pensávamos sobre conspirações, que são o resultado de vários motivos e necessidades psicológicas. [Os participantes] foram notavelmente receptivos à evidência. Muito tem sido dito sobre vivermos num mundo pós-verdade. É realmente validador saber que a evidência importa. Podemos agir de forma mais adaptativa usando essa nova tecnologia para apresentar boas evidências às pessoas, especificamente relevantes para o que elas pensam, então é uma abordagem muito mais poderosa.”

Redação Confraria Tech

Referências:
AI chatbots might be better at swaying conspiracy theorists than humans