A indústria de jogos eletrônicos é um dos segmentos mais lucrativos do mundo, movimentando bilhões de dólares anualmente. E por trás de gigantes como a Valve, responsável por jogos como Half-Life e Counter-Strike, há uma figura que por muito tempo passou despercebida: Monica Harrington. Conhecida como a “hidden figure” da Valve, Monica foi uma peça fundamental para o sucesso da empresa em seus anos iniciais e sua história merece ser contada.
Nascida em uma pequena cidade do estado de Washington, nos Estados Unidos, Monica sempre foi apaixonada por tecnologia e jogos eletrônicos. Desde cedo, ela demonstrou habilidades em programação e, aos 16 anos, já trabalhava como desenvolvedora de software em uma empresa local. Sua inteligência e determinação a levaram a se formar em Ciência da Computação na prestigiada Universidade Carnegie Mellon.
Em 1996, Monica se juntou à recém-fundada Valve, que na época contava com apenas 10 funcionários. Ela foi a primeira mulher a integrar a equipe e sua chegada foi vista com certa desconfiança por alguns de seus colegas. Mas isso não a impediu de mostrar seu talento e se destacar em um ambiente predominantemente masculino.
Na Valve, Monica foi responsável por diversas áreas, como desenvolvimento de jogos, gerenciamento de projetos e relações públicas. Mas foi como diretora de marketing que ela brilhou. Em uma época em que a internet ainda engatinhava, Monica foi uma das primeiras a perceber o potencial da plataforma para promover jogos eletrônicos. Ela foi a mente por trás de campanhas de marketing inovadoras e bem-sucedidas, como a viral “Mystery of the G-Man”, que criou uma enorme expectativa em torno do lançamento de Half-Life.
Além disso, Monica foi uma das responsáveis por estabelecer a cultura de trabalho da Valve, que até hoje é conhecida por sua horizontalidade e liberdade criativa. Ela acreditava que os funcionários deveriam ter liberdade para trabalhar em projetos que lhes interessassem e que isso resultaria em jogos de alta qualidade. E ela estava certa. Half-Life e Counter-Strike foram um sucesso estrondoso e colocaram a Valve no radar da indústria de jogos eletrônicos.
Apesar de seu papel fundamental na Valve, Monica sempre preferiu ficar nos bastidores, deixando que outros membros da equipe brilhassem. Seu nome raramente era mencionado em entrevistas ou nos créditos dos jogos. Mas isso não a incomodava. Ela estava satisfeita em ver a empresa crescer e se tornar uma referência no mercado.
No entanto, sua contribuição para a Valve não passou despercebida por todos. Em 2006, ela foi incluída na lista das 100 pessoas mais influentes da indústria de jogos eletrônicos da revista Time. E em 2017, a Valve finalmente reconheceu publicamente sua importância ao promover Monica ao cargo de vice-presidente de marketing.
Mesmo após sua saída da Valve, em 2018, Monica continuou a ser uma figura importante na indústria de jogos eletrônicos. Ela se tornou consultora de várias empresas do setor e também é membro do conselho da Women in Games International, organização que promove a igualdade de gênero na indústria.
A história de Monica Harrington é um exemplo de como a determinação e o talento podem abrir portas em um ambiente dominado por homens. Ela não apenas enfrentou o preconceito de gênero, mas também ajudou a criar uma cultura de trabalho mais inclusiva e diversificada na Valve, que hoje conta com mais de 300 funcionários.
Apesar de sua importância para o sucesso da Valve, Monica ainda não é tão conhecida quanto outros membros da equipe, como Gabe Newell e Mike Harrington. Mas sua história é uma prova de que por trás de grandes empresas e jogos, há muitas vezes uma figura que atua nos bastidores, mas que é essencial para o sucesso.
Hoje, a Valve é uma das empresas mais bem-sucedidas da indústria de jogos eletrônicos, com jogos aclamados pela crítica e um dos maiores serviços de distribuição digital de jogos do mundo, a Steam. E é impossível não reconhecer a contribuição de Monica Harrington para esse sucesso.
Em um mercado em constante evolução e que ainda enfrenta desafios em relação à igualdade de gênero, é importante lembrar da história de mulheres como Monica, que abriram caminho e provaram que lugar de mulher também é na indústria de jogos eletrônicos. Que sua história inspire outras mulheres a seguir seus sonhos e conquistar seu espaço em qualquer área que desejarem.
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