O Prêmio Scott, que é o primeiro prêmio de ciência nos Estados Unidos criado para honrar o legado científico de Benjamin Franklin, reconheceu também os professores Takeo Kanade, da Carnegie Mellon University, e Vijay Kumar, da Universidade da Pensilvânia. A premiação destacou a pesquisa em robótica de Rus, que revolucionou nossa compreensão sobre o que um robô pode ser e fazer.
O trabalho de Rus vai além da robótica tradicional. Ela se dedica ao desenvolvimento de inteligência de máquina que compreende o mundo físico por meio de algoritmos explicáveis. Sua visão é clara: criar robôs que atuem como ferramentas úteis, ampliando a força, a precisão e o alcance humano — verdadeiros parceiros colaborativos na resolução de desafios do mundo real.
Em sua fala, Rus recordou seus tempos como estudante de pós-graduação, refletindo sobre o potencial das máquinas inteligentes que surge da sinergia entre corpo e mente. “As capacidades de um robô são definidas por seu corpo físico e pela inteligência que o controla. Nas últimas décadas, dediquei minha pesquisa ao desenvolvimento dos sistemas mecânicos e cognitivos dos robôs, trabalhando ao lado de estudantes brilhantes, colaboradores e amigos que compartilham essa visão transformadora”, afirmou.
Seus projetos exemplificam esse compromisso. O MiniSurgeon, um robô origami minúsculo que pode ser ingerido, é capaz de remover baterias perigosas do organismo de crianças. Criaturas robóticas macias, como peixes e tartarugas marinhas, possibilitam uma exploração aquática sem precedentes. Barcos robóticos modulares podem se auto-montar em pontes e plataformas, demonstrando uma inteligência adaptativa. Mais recentemente, ela ajudou a inventar redes neurais líquidas, inspiradas no sistema nervoso elegantemente simples de um pequeno verme. Ao projetar algoritmos que podem operar com apenas 19 neurônios, Rus mostrou como as máquinas podem navegar em ambientes complexos com eficiência notável.
Quando questionada sobre seu trabalho mais impactante, Rus foi clara: não eram os robôs de metal, mas os estudantes e pesquisadores que teve a oportunidade de apoiar e orientar. Essa afirmação encapsula sua missão mais profunda: não apenas avançar a tecnologia, mas também nutrir a próxima geração de mentes.
“Os problemas mais difíceis em IA e robótica”, diz ela, “exigem pensamento a longo prazo e dedicação. Um robô deve não apenas perceber o mundo, mas compreendê-lo, decidir como agir e navegar nas interações com pessoas e outros robôs.”
O Prêmio John Scott celebra não apenas conquistas individuais, mas também o ponto onde a exploração científica encontra a inovação compassiva, como evidenciado por vencedores anteriores, incluindo Thomas Edison, Nikola Tesla, os irmãos Wright, Marie Curie, Guglielmo Marconi e 20 outros laureados com o Prêmio Nobel.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Daniela Rus wins John Scott Award
