Revisão da Bose Smart Soundbar: Usando fones de ouvido como alto-falantes de som surround

Quando falamos sobre soundbars de médio porte, é impossível não mencionar a concorrência, especialmente a Sonos, que tem sido a favorita em nossas recomendações por anos. O modelo Beam, lançado em 2018, se destacou como uma excelente opção para ambientes menores. Com a atualização de 2021, o Beam ganhou suporte para Dolby Atmos, mas alguns pontos como o preço elevado, a ausência de drivers que disparam o som para cima e um grave mais contido podem fazer alguns consumidores hesitarem. Agora, três anos após a segunda geração do Beam, a Bose entra na disputa com sua nova Smart Soundbar, que promete ser uma alternativa compacta e amigável ao Atmos, custando $499.

Embora a Bose seja mais conhecida por seus fones de ouvido com cancelamento de ruído, a empresa também tem um histórico sólido com alto-falantes e soundbars. Esses dispositivos costumam oferecer um som claro e envolvente, permitindo que os detalhes mais sutis sejam percebidos. A Bose também se destaca ao incluir recursos práticos, como aumento de diálogo e ajuste de ambiente. No entanto, a grande novidade da Smart Soundbar é a possibilidade de usar um par de fones de ouvido sem fio da Bose como alto-falantes traseiros, oferecendo uma abordagem diferente da Sonos para integrar fones de ouvido à experiência de sala de estar.

O que torna a Bose Smart Soundbar atraente? A empresa conseguiu criar uma soundbar compacta com um design simples, que não vai desviar a atenção na sua sala. Com cinco drivers, a clareza do som é impressionante, permitindo que até os efeitos sonoros mais sutis sejam ouvidos com nitidez. A disposição dos alto-falantes proporciona uma experiência de áudio direcional agradável, em parte devido aos dois drivers que disparam o som para cima, localizados no centro do dispositivo. Para os momentos em que o conteúdo Dolby Atmos não está disponível, a tecnologia TrueSpace da Bose faz um upmix do som, criando uma experiência espacial.

Outro recurso interessante é o Modo de Diálogo, que utiliza inteligência artificial para equilibrar as vozes em relação aos outros sons, garantindo que as falas sejam sempre audíveis. Isso é feito sem comprometer a imersão do som, o que é um grande diferencial. Durante meus testes, percebi que a abordagem da Bose para o diálogo é uma das melhores que já experimentei, rivalizando com a Sonos, e acabei mantendo essa função ativada na maior parte do tempo.

A integração dos fones de ouvido da Bose com a Smart Soundbar é um dos principais atrativos. O recurso chamado Personal Surround permite que os canais traseiros sejam reproduzidos nos Ultra Open Earbuds, enquanto o áudio principal vem da soundbar. Como esses fones têm um design aberto, você consegue ouvir tudo claramente, permitindo que seu cérebro combine os sons. A Bose parece ter buscado uma alternativa ao recurso TV Audio Swap da Sonos, oferecendo uma solução que não fica parada na prateleira quando não está em uso.

O Personal Surround funciona bem e é ajustável, permitindo que você controle o volume, o canal central e os níveis de “altura e surround”. Isso significa que você pode aumentar ou diminuir a amplificação de cada fonte de som. Além disso, é possível desativar o Personal Surround, fazendo com que os Ultra Open Earbuds reproduzam todo o áudio da Smart Soundbar. Reduzir o volume da soundbar transforma os fones em algo semelhante ao TV Audio Swap da Sonos, ideal para assistir a filmes quando outras pessoas estão dormindo ou não querem ser incomodadas. Esse modo é chamado de SimpleSync e é compatível com os recentes alto-falantes Bluetooth da Bose, além dos fones QuietComfort Ultra.

Outro recurso prático é a possibilidade de ajustar os canais central e de altura diretamente na Smart Soundbar. A Bose também permite que você aumente ou diminua os graves e agudos, além de oferecer um ajuste de EQ para parede, caso você tenha montado a soundbar abaixo da TV. Embora todos esses ajustes sejam bem-vindos, eu utilizei mais o ajuste do canal central, pois aumentá-lo intensificava o efeito do áudio direcional. Isso é especialmente útil em filmes e programas com muitos sons de veículos ou cenas de batalha.

Por outro lado, como a maioria das soundbars, a Smart Soundbar não entrega graves profundos o suficiente para uma experiência de áudio totalmente imersiva. Apesar da clareza e do bom movimento direcional, a soundbar se beneficiaria de um subwoofer sem fio da Bose para um setup 5.1. A empresa também oferece opções de alto-falantes traseiros, que começando a partir de $399, permitiriam que todos na sala desfrutassem dos canais surround adicionais. Para espaços menores, a Smart Soundbar pode ser suficiente para TV e filmes, mas se você pretende usá-la como alto-falante de música, um subwoofer seria uma boa adição.

Embora o recurso Personal Surround Sound seja um atrativo, apenas uma pessoa pode usá-lo por vez, o que limita a experiência a quem está assistindo sozinho. A não ser que você queira ser egoísta e deixar os outros com a experiência padrão.

Em termos de funcionalidade, a Smart Soundbar respondeu bem aos comandos e todos os modos funcionaram corretamente. No entanto, um ponto que me incomodou foi a dificuldade em encontrar automaticamente a entrada correta ao ligar a TV após ouvir música via AirPlay. A maioria das soundbars que testei inicia a reprodução do áudio da TV assim que a tela acende, mas com esta soundbar, às vezes eu precisava selecionar a fonte de áudio no aplicativo para que tudo funcionasse.

Por último, não posso deixar de comentar sobre o controle remoto da Smart Soundbar. O acessório que a Bose inclui parece bastante simples, quase como o que vem com um ventilador ou lâmpada, embora tenha uma estrutura plástica um pouco mais robusta. Entendo a intenção de incluir um controle remoto em uma soundbar de $500, mas ele poderia ter um acabamento melhor ou, quem sabe, a Bose poderia ter deixado todos os controles para o aplicativo.

A Smart Soundbar da Bose tem o mesmo preço do Sonos Beam, que continua sendo uma ótima opção para espaços menores e é, de maneira geral, mais compacta. Existem muitas semelhanças entre o Beam e a Smart Soundbar, além de algumas diferenças pequenas, mas significativas. A vantagem da Sonos está em seu recurso TV Audio Swap e em seu ecossistema maior, embora isso tenha sido afetado pela reconstrução do aplicativo. A Sonos também oferece rastreamento dinâmico de cabeça para uma imersão ainda maior, algo que a soundbar da Bose não possui. Por outro lado, a Bose oferece áudio multiroom com a Smart Soundbar e a possibilidade de usar os Ultra Open Earbuds para ouvir o som da TV de forma pessoal, além do recurso surround.

É evidente que a Bose está mirando na Sonos com a Smart Soundbar, então a questão que fica é: qual ajuste de áudio você prefere? Ambas oferecem recursos como áudio Atmos, calibração de ambiente, aprimoramento de diálogo e uso de fones de ouvido, tornando a escolha uma questão de preferência pessoal. Acredito que a Bose faz o suficiente com a integração dos fones para tornar essa decisão desafiadora, desde que você esteja disposto a investir os $300 a mais para adquirir o dispositivo adicional.

Redação Confraria Tech.

Referências:
Bose Smart Soundbar review: Using earbuds as surround sound speakers