Recentemente, a Intel enfrentou um período desafiador, registrando sua maior perda trimestral da história e anunciando 15 mil demissões em agosto. Essas dificuldades levantaram preocupações entre alguns oficiais do governo sobre a capacidade da empresa de cumprir seu papel como peça central do CHIPS Act da administração Biden.
Apesar da redução, a Intel garantiu que receberá pelo menos US$ 1 bilhão em financiamento do CHIPS Act até o final do ano. A empresa ainda planeja investir US$ 90 bilhões nos Estados Unidos até o final da década, uma meta que foi reduzida em relação aos US$ 100 bilhões inicialmente previstos para os próximos cinco anos. O Departamento de Comércio confirmou que a Intel ainda está no cronograma para investir o montante total, distribuído em projetos em quatro estados: Arizona (US$ 3,94 bilhões), Oregon (US$ 1,86 bilhões), Ohio (US$ 1,5 bilhões) e Novo México (US$ 500 milhões).
O CHIPS Act, uma das principais conquistas da administração Biden, visa criar mais de 125 mil empregos em 20 estados, impulsionando a fabricação de silício nos EUA e reduzindo a dependência de fabricantes estrangeiros. A Intel é a maior beneficiária dos recursos desse ato.
Para apressar o processo, o Departamento de Comércio tem trabalhado rapidamente para finalizar as concessões aos beneficiários do CHIPS Act antes do início de um segundo mandato de Trump em janeiro. O presidente eleito criticou a legislação e seu custo durante a campanha, e o presidente da Câmara, Mike Johnson, comentou que os republicanos “provavelmente vão” tentar revogar o CHIPS Act. No entanto, ele posteriormente recuou em seus comentários, e analistas preveem que a legislação deve sobreviver.
No início deste mês, a Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), considerada a líder global na fabricação de chips avançados, foi a primeira a ter suas concessões finalizadas. A TSMC receberá US$ 6,6 bilhões (incluindo pelo menos US$ 1 bilhão antes do final do ano) para três fábricas no Arizona, que devem gerar “dezenas de milhares de empregos até o final da década”.
A Secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, tem incentivado as empresas de tecnologia — como Apple, Amazon, NVIDIA e AMD — a colaborarem com a Intel, pois ela é atualmente a única fabricante de chips lógicos baseada nos EUA. No entanto, muitos dessas empresas fecharam as portas para a proposta, alegando que “as técnicas de fabricação de chips da Intel não são tão sofisticadas” quanto as da TSMC, segundo um relatório do NYT no mês passado.
Embora Taiwan seja um aliado e parceiro econômico dos EUA, a administração Biden vê a dependência da ilha como “cada vez mais arriscada”, especialmente porque a China representa uma ameaça constante à soberania do território autônomo. O mês passado foi marcado por exercícios militares da China nas proximidades de Taiwan, uma ação que foi interpretada como um aviso após o presidente da ilha, Lai Ching-te, reafirmar a independência de Taiwan em um discurso durante um feriado. O Departamento de Estado dos EUA expressou sua “séria preocupação” com essa demonstração de força.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Intel’s CHIPS Act funding cut by over $600 million