Os ‘influenciadores de notícias’ da América tendem a ser conservadores, constata relatório do Pew.


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Não é surpresa que fontes de notícias não tradicionais estejam se tornando cada vez mais relevantes em um ambiente online já fragmentado. Um novo relatório do Pew Research e da Knight Foundation fornece uma visão mais completa sobre o que esse grupo crescente de “influenciadores de notícias” nas redes sociais acredita.

Intitulado “Os Influenciadores de Notícias da América”, o relatório é baseado em uma pesquisa com 10.000 adultos nos Estados Unidos, além de uma análise de 500 influenciadores de notícias. O Pew define esse último grupo como indivíduos que postam regularmente sobre eventos atuais e questões cívicas nas redes sociais, com pelo menos 100.000 seguidores no Facebook, Instagram, X, TikTok ou YouTube.

O relatório destaca a crescente popularidade dessas contas, especialmente entre os americanos mais jovens. Os pesquisadores observaram que 20% dos adultos nos EUA relatam confiar “regularmente” em influenciadores como fonte de notícias, número que sobe para 37% entre pessoas de 18 a 29 anos.

Além disso, o estudo oferece novos insights sobre as pessoas por trás dessas contas influentes. Os pesquisadores descobriram que os influenciadores de notícias são mais propensos a serem homens e “um pouco mais propensos” a se identificarem com a direita política do que com a esquerda. Aproximadamente metade das contas de influenciadores analisadas não se identificou explicitamente com uma ideologia política.

Independentemente da afiliação política, é claro que os influenciadores estão atendendo a uma demanda real por fontes de notícias não tradicionais. “Não há divisão partidária”, afirma Galen Stocking, pesquisador sênior do Pew. “Republicanos e democratas estão dizendo que recebem notícias regularmente de influenciadores de notícias em taxas aproximadamente iguais.”

No entanto, os pesquisadores do Pew descobriram algumas diferenças notáveis entre as plataformas. Embora a maioria dos 500 influenciadores estudados estivesse ativa em várias plataformas, o X (antigo Twitter) se destacou como o mais popular, com 85% dos influenciadores tendo presença nessa rede. Os influenciadores de notícias no X também eram mais propensos a “identificar-se explicitamente com a direita política (28%) do que com a esquerda (21%)”.

Essa tendência se mantém verdadeira para quase todas as plataformas analisadas. No Instagram, 30% dos influenciadores de notícias se identificaram com a direita, enquanto 25% se identificaram com a esquerda. O YouTube apresentou uma divisão semelhante, com 28% de influenciadores inclinados à direita e 21% inclinados à esquerda. No Facebook, essa diferença foi ainda mais acentuada: “Influenciadores no Facebook são particularmente propensos a expressar visões de direita de forma proeminente. Há três vezes mais influenciadores de notícias conservadores (39%) do que liberais (13%) nesta plataforma”, aponta o relatório.

Por outro lado, o TikTok apresenta uma configuração um pouco diferente. Foi a única plataforma a ter uma participação ligeiramente maior de influenciadores de notícias inclinados à esquerda, com 28%, em comparação com 25% à direita. Além disso, o TikTok também teve a maior proporção de influenciadores de notícias femininas, com 45%.

Embora o relatório não tente analisar o que essa maior presença de vozes conservadoras pode significar, Stocking ressalta que os usuários de redes sociais pesquisados pelo Pew expressaram algumas diferenças em como percebem o conteúdo compartilhado pelos influenciadores de notícias. “Há uma lacuna interessante onde os moderados dentro dos partidos são menos propensos a dizer que isso os ajuda a entender melhor os eventos atuais”, explica Stocking.

Os pesquisadores do Pew não são os primeiros a notar que a direita política é frequentemente mais proeminente nas redes sociais. Um relatório de 2021 da Media Matters constatou que as postagens de páginas do Facebook alinhadas com a direita política constantemente superavam aquelas de páginas “neutras e de esquerda”. Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia descobriram, em 2022, que notícias conservadoras eram mais visíveis na plataforma anteriormente conhecida como Twitter.

Embora o Pew não especule se as plataformas estão incentivando certos pontos de vista, os pesquisadores observam que suas descobertas estão em desacordo com o que muitos na direita acreditam sobre as redes sociais tradicionais. “Muitos republicanos há muito acreditam que os sites de redes sociais censuram pontos de vista conservadores”, menciona o relatório. “Mas, de modo geral, mais influenciadores de notícias apresentam explicitamente uma orientação política à direita do que à esquerda (27% contra 21%) em suas biografias, postagens, sites ou cobertura da mídia.”

Redação Confraria Tech.

Referências:
America’s ‘news influencers’ skew conservative, Pew report finds


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