Os morcegos que utilizam a ecolocalização emitem sons, sejam ultrassônicos ou não, e analisam as características do eco refletido para perceber os objetos à sua frente. A pesquisadora Aya Goldshtein, do Instituto Max Planck de Comportamento Animal, na Alemanha, trabalhou com cientistas da Universidade de Tel Aviv para investigar como uma espécie de morcego chamada pipistrelle de Kuhl navega em seu ambiente natural. Goldshtein explica que a ideia de que esses morcegos utilizam a ecolocalização para navegação em grandes distâncias não era tão evidente como se poderia imaginar.
Um dos principais motivos para essa dúvida é que a ecolocalização possui um alcance bastante limitado. Os morcegos conseguem usar essa habilidade para detectar objetos que estão a, no máximo, algumas dezenas de metros de distância. Nesse sentido, a ecolocalização é mais semelhante a um sensor ultrassônico de estacionamento do que a um sonar de longo alcance de um submarino. Além disso, o campo de cobertura que os morcegos conseguem com a ecolocalização é, geralmente, de 120 graus no máximo, embora possam ajustar esse ângulo em certa medida, dependendo da forma de suas bocas.
Essa nova descoberta sobre a habilidade de navegação dos morcegos expande nosso entendimento sobre como esses incríveis animais interagem com o mundo ao seu redor. Em um ambiente onde as sombras predominam, a ecolocalização se torna uma ferramenta essencial, capaz de fornecer informações valiosas sobre a localização de obstáculos e presas, e agora, até mesmo sobre a geografia do espaço que eles percorrem. Com isso, eles provam que, mesmo na escuridão, a natureza encontra formas extraordinárias de se adaptar e sobreviver.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Bats use echolocation to make mental maps for navigation