Em 2022, a Apple conduziu uma análise das classificações etárias do TikTok e concluiu que a plataforma continha “conteúdo maduro ou sugestivo frequente ou intenso.” A Apple também expressou a esperança de que o TikTok considerasse fazer as mudanças necessárias para seguir as diretrizes de revisão da App Store. Embora os detalhes do que foi solicitado pela Apple não estejam totalmente claros, já podemos perceber que a preocupação com o conteúdo da plataforma é real.
Os documentos não censurados revelam evidências sobre a inadequação do TikTok para certas idades. Funcionários da própria empresa e especialistas externos criticaram como o TikTok lida com conteúdos de palavrões e transtornos alimentares. Para se ter uma ideia, um estudo descobriu que, nos Estados Unidos e no Reino Unido, um em cada 50 alertas pop-up que menores recebiam em um mês continha conteúdo impróprio.
Adicionalmente, a queixa da Carolina do Sul afirmou que o TikTok tentava “aproveitar a boa vontade em esforços de lobby,” realizando doações a organizações como associações de pais e professores. A plataforma também patrocinou eventos para políticos, incluindo um evento para a fundação do representante democrata da Carolina do Sul, James E. Clyburn. Vale lembrar que Clyburn votou contra a venda ou proibição do TikTok nos Estados Unidos.
Como era de se esperar, o TikTok não ficou satisfeito com a divulgação de tais informações e já retornou com os dados sob sigilo. Um porta-voz da empresa, Alex Haurek, classificou a publicação das informações redigidas como irresponsável, afirmando que “muitos desses problemas já foram abordados” e ressaltou que a plataforma “sempre impôs políticas rigorosas contra nudez, conteúdo sexualmente explícito e solicitação.”
A Carolina do Sul não é o único estado onde erros de redação revelaram informações sensíveis. Nos documentos de Kentucky, ficou claro que o TikTok havia identificado que o uso compulsivo estava associado a uma série de efeitos negativos à saúde mental, como perda de habilidades analíticas, formação de memória, pensamento contextual, profundidade nas conversas, empatia e aumento da ansiedade. Além disso, o TikTok também teria ciência de que sua ferramenta de limite de tempo não era eficaz para os menores, resultando em uma diminuição média de uso diário de apenas um minuto e meio após sua implementação. Outra revelação chocante indicava que “quanto mais jovem o usuário, melhor o desempenho em quase todas as métricas de engajamento.” Ah, a ironia das empresas que dizem se preocupar com o bem-estar de seus usuários!
Redação Confraria Tech.
Referências:
Apple urged TikTok to increase its age recommendations, redacted documents show