Cidades como Teerã e Bagdá, que ainda existem hoje, eram pontos-chave nesse intercâmbio. Mas, além das grandes metrópoles, havia também as montanhas Tien Shan, a maior cadeia de montanhas que se estende de leste a oeste no planeta. Michael Frachetti, um antropólogo da Universidade de Washington em St. Louis, liderou uma equipe que utilizou tecnologia de mapeamento a partir de drones para explorar cidades montanhosas na região moderna do Uzbequistão. Surpreendentemente, essas cidades estavam localizadas a mais de 2.000 metros acima do nível do mar, assim como Machu Picchu ou Lhasa, no Tibete. Uma delas, chamada Tugunbulak, era até maior que Siena, uma das cidades-estado mais influentes da Itália medieval.
Frachetti explica que a Rota da Seda não era apenas um conjunto de caminhos que os comerciantes precisavam atravessar, mas sim um complexo intrincado que facilitava o intercâmbio cultural e comercial entre a Ásia Oriental e a Europa. Ele acredita que as raízes dessa rede comercial remontam à Idade do Bronze, mas o auge das trocas ocorreu entre os séculos VI e XI, durante o período medieval.
Essas descobertas nos ajudam a entender melhor a importância das montanhas e das cidades que se erguiam nelas, revelando que a Rota da Seda era muito mais do que uma simples via de passagem. Era um verdadeiro caldeirão de culturas, ideias e inovações que moldaram o mundo como o conhecemos. Compreender essas interações nos permite valorizar ainda mais a diversidade e a riqueza da história humana.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Lidar mapping reveals mountainous medieval cities along the Silk Road