De acordo com a Microsoft, a Google contratou uma agência de lobby na Europa para criar e operar essa organização, recrutando “um punhado” de provedores de nuvem europeus para atuar como a face pública da campanha que está prestes a ser lançada. A empresa afirma que a Google pretende se apresentar como um membro discreto da Open Cloud Coalition, em vez de seu líder e principal financiador. Um documento de recrutamento mencionado pela Microsoft, por exemplo, não faz menção à suposta afiliação do grupo com a Google. A Microsoft também destaca a participação de Nicky Steward, que co-escreveu uma reclamação contra a Microsoft e a Amazon Web Services, no contexto da investigação antitruste em andamento no Reino Unido sobre o mercado de serviços em nuvem.
A Microsoft questiona o que a Google ofereceu a essas empresas menores para se juntarem à Open Cloud Coalition, seja em termos de dinheiro ou descontos. Um fornecedor de nuvem abordado pela Google alega que a empresa direcionará o grupo para atacar “o negócio de computação em nuvem da Microsoft na União Europeia e no Reino Unido”.
Enquanto isso, a Google não conseguiu confirmar de forma independente as alegações da Microsoft. Um porta-voz da Google comentou que a empresa tem sido muito clara sobre suas preocupações com as práticas de licenciamento da nuvem da Microsoft. Segundo ele, muitas pessoas acreditam que essas práticas anticompetitivas aprisionam os clientes e criam efeitos negativos em cascata que impactam a cibersegurança, inovação e a escolha do consumidor.
A Microsoft sugere que a razão pela qual a Google estaria disposta a ir a extremos para financiar uma campanha desse tipo pode estar relacionada ao aumento da atenção regulatória que a empresa enfrenta em relação a seus negócios de busca, publicidade e loja de aplicativos móveis. Atualmente, a Google está sob o olhar de pelo menos 24 investigações antitruste ao redor do mundo, incluindo uma do Departamento de Justiça dos EUA, que poderia levar à divisão da empresa.
Em um tom de descontentamento, Alaily escreve que nunca nos últimos 20 anos as monopolias da Google em busca, publicidade digital e lojas de aplicativos móveis enfrentaram uma ameaça tão concertada e determinada como a que enfrentam hoje. Ela ressalta que, em vez de se concentrar em responder a perguntas legítimas sobre seu negócio, a Google está direcionando seus vastos recursos para desmantelar a concorrência.
Essas acusações surgem após relatos de que a Google tentou sabotar um acordo antitruste que a Microsoft havia negociado com o Cloud Infrastructure Services Providers in Europe (CISPE). Em julho, o Bloomberg publicou que a Google teria oferecido €470 milhões ao grupo para seguir com a litigação contra a Microsoft, uma proposta que o CISPE acabou rejeitando.
Nos últimos anos, com o crescimento da receita de anúncios digitais desacelerando, a Google tem se voltado cada vez mais para o mercado de nuvem como uma forma de compensar essa queda. Em 2023, a divisão de nuvem da Google conseguiu equilibrar suas finanças pela primeira vez e, mais recentemente, gerou um lucro de US$ 900 milhões no primeiro trimestre do ano.
Redação Confraria Tech.
Referências:
Microsoft accuses Google of secretly funding regulatory astroturf campaign